quinta-feira, novembro 24, 2005

Mundo da Lua

Hoje acordei cedo e muito animada (ultimamente tenho estado muito feliz apesar de um pouco confusa). Fiquei me lembrando do meu priminho – é o recém-nascido mais lindo que já vi.
E segui minha rotina diária: liguei o DVD, o computador, tomei café, li o jornal... amanheci com uma disposição enorme! Meio agitada... nem tive preguiça de me arrumar pra ir à academia (o que normalmente acontece).... Me arrumei dançando e cantando, peguei minha garrafinha de água e a mochila e desci numa animação só!
Pego minha bicicleta e saio... Com a energia que acordei eu precisava libera-la... e fui correndo em pé na bicicleta pra pegar bem muita velocidade... fui segurando apenas com uma das mãos, correndo, distraída, cantando... e em trechos da música eu ainda fechava os olhos... Vê se pode!?
Claro que levar uma queda era mais do que previsível... mas nem tive tanta culpa assim... distraída curtindo a música, me assustei com um gatinho (e não era preto) que passou correndo na minha frente... tive medo de bater nele... senti meu pé escorregar e só vi a bicicleta voando por cima de mim...e eu deslizando no asfalto...
Resultado: cotovelo e joelho inchados, arranhados e ardendo pra caramba! Mas fazer o quê? Acontece...
Ajeitei a bicicleta, peguei meus óculos escuros que voaram longe e fui pra academia com a mesma animação, mas agora, sangrando e rindo de mim mesma... e da música que eu estava cantando na hora da queda:
“ Eu vivo sempre no Mundo da Lua...”.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Edifício Holiday

Bom, vou contar a experiência que tive ao visitar o edifício Holiday em Boa Viagem.
Para quem não conhece, ele foi projetado na década de 50 para abrigar nos finais de semana as pessoas que queriam fugir um pouco da rotina indo pra praia... uma espécie de flat. O prédio era utilizado nos finais de semana pelas famílias e durante a semana os apartamentos começaram a ser utilizados para encontros extraconjugais (na época não devia existir motéis). Fato que terminou por afastar as famílias do local, degradando a imagem do prédio. Atualmente moram cerca de 3 mil pessoas de baixa renda em 476 apartamentos.
Há mais ou menos dois meses estive no edifício Holiday pesquisando para meu trabalho da graduação (trabalho que já virou lenda). A simpatia com que fui recebida me impressionou. Confesso que fui vestida o mais simples possível: de camiseta de malha, calça jeans e sandália baixa. Sem bolsa, com documentos e celular no bolso e a prancheta e máquina fotográfica na mão. Sinto-me até um pouco envergonhada por ter chegado lá com tanto preconceito.
Ao chegar e começar a observar o edifício e as pessoas que entravam e saíam dele, notei que também era observada com certa curiosidade. Depois de observar o movimento do prédio e senti-lo um pouco, me aproximei da primeira lojinha no térreo e puxei conversa com um senhor que estava sentado na frente. Disse que era um trabalho da faculdade e só precisava observar o prédio e tirar algumas fotos, nada mais...(ele pensava que eu era alguma fiscal, por isso as pessoas me olhavam com curiosidade).
O senhor começou a me contar que morava lá há 40 anos, e, apesar do pessoal ter preconceito, ali era um lugar bom de se viver e que com o novo síndico o prédio estava melhorando. Contou-me sua vida inteira, depois me apresentou sua irmã que também tem um apartamento lá... uma senhora que enquanto contava fatos ocorridos no prédio me levou para ver seu apartamento no segundo andar...
Depois subi as escadas, sozinha, pra ver a vista de um apartamento mais alto... uns 5 andares acima encontro um senhor de 80 anos na porta do seu apartamento conversando...parei um pouco e puxei conversa, ele me contou que vendia bombons na praia e fez questão de me dar um pacote de Halls...
Quando desci encontrei o síndico no térreo, que orgulhoso me mostrou as melhorias que foram feitas e com o mesmo orgulho falava da imponência do edifício Holiday (de fato com uma arquitetura moderna e ousada até hoje é um marco em Boa Viagem).
Conversei com umas 8 pessoas e notei que todas pareciam ter a necessidade de se expressar e contar suas vidas, seus dramas pessoais, suas conquistas, suas vitórias, suas derrotas, seus sonhos... Relataram suas vidas com emoção e sensibilidade.
Eu que tinha ido lá fazer apenas um trabalho frio da faculdade, (tirar fotos e analisar a planta do edifício), saí de lá emocionada... ouvir essas pessoas, ver o brilho no olhar delas ao recordarem e relatarem suas experiências e aprender com elas o valor de uma vida simples... mas com grande significado, me fez perceber como é importante saber ouvir as pessoas...
Quero ter mais chances de conseguir perceber as pessoas especiais que passam por mim...

sexta-feira, novembro 11, 2005

Amores sem ciúmes

Tenho amigos que negam sentir ciúmes, se roem por dentro e falam que estão apenas com cuidado na namorada.
Tenho amigas que fazem a maior confusão só porque o namorado olhou para o lado... e ainda dizem que confiam nele, não confiam nas mulheres que estão cada dia mais atiradas...
Tenho amigos que aprontam até dizer basta, e morrem de ciúmes da namorada (acho que com medo delas fazerem o mesmo que eles fazem).
Tenho amigas que falam que ciúme faz parte do amor... que é o tempero da relação...

Será?
Amar é sentir ciúmes?
Sentir ciúmes vai me dizer se gosto mais, ou menos, de alguém?

Nos namoros que tive não sentia ciúmes... minhas amigas me acusavam que eu não amava, não ligava, não gostava o suficiente... e eu tentava explicar que ciúme é diferente de posse, que não possuímos as pessoas, temos apenas amor por elas... minhas explicações eram em vão... eu não as convencia e ainda era taxada de não gostar e ser racional demais...

Hoje me pergunto: será que eu não gostava mesmo?

Há uns dias vi o que era esse sentimento...
Ele é estranho... dói no peito, confunde a cabeça e vem com dose de angústia. Nasce da incerteza, da insegurança...da falta de confiança.
Não sabia que o ciúme doía tanto.

Fui olhar no dicionário o significado dessa palavra:
Ciúme = Sentimento de apreensão provocado pelo receio de perder o objeto amado” (mini dicionário Luft)

Perder o objeto amado???
Até o dicionário acha que possuímos as pessoas?

Sempre acreditei que amar é deixar livre, confiar...
Sempre confiei demais, e por causa disso tive algumas decepções, mas nem por isso passei a confiar menos nas pessoas ou a trancar meu coração.

Hoje eu gosto, confio... mas a sensação de que a qualquer hora pode acabar me enlouquece!
E eu sinto ciúmes...
Eu o quero só pra mim...
E vem esse sentimento de posse e coloca abaixo o que eu acreditava: que amar é diferente de possuir...
E me pergunto se minhas amigas não estavam certas...
que os outros não passaram de amores sem ciúmes.